quarta-feira, 29 de maio de 2024

Estudo relaciona tatuagem e risco de câncer

Pesquisadores suecos sugerem que tattoos podem ser fator de risco para câncer no sistema linfático, o linfoma

A maioria das pessoas faz sua primeira tatuagem ainda jovem, o que significa que você fica exposto à tinta de tatuagem durante grande parte de sua vida (Crédito: Tattoo Week/Divulgação)

O conhecimento sobre os efeitos das tatuagens a longo prazo na saúde é atualmente incipiente e não há muita pesquisa na área. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, investigou a associação entre tatuagens e o risco para câncer no sistema linfático, o linfoma.

“Identificamos pessoas com diagnóstico de linfoma por meio de cadastros populacionais. Esses indivíduos foram então pareados com um grupo controle do mesmo sexo e idade, mas sem linfoma. Os participantes do estudo responderam a um questionário sobre fatores de estilo de vida para determinar se estavam tatuados ou não”, diz Christel Nielsen, pesquisadora da Universidade de Lund que liderou o estudo.


 


No total, o estudo incluiu 11.905 pessoas. Destas, 2.938 pessoas tiveram linfoma quando tinham entre 20 e 60 anos. Entre eles, 1.398 pessoas responderam ao questionário, enquanto o número de participantes do grupo controle foi de 4.193. No grupo com linfoma, 21 por cento foram tatuados (289 indivíduos), enquanto 18 por cento foram tatuados no grupo controle sem diagnóstico de linfoma (735 indivíduos).


 


“Depois de levar em conta outros fatores relevantes, como tabagismo e idade, descobrimos que o risco de desenvolver linfoma era 21% maior entre aqueles que estavam tatuados. É importante lembrar que o linfoma é uma doença rara e que os nossos resultados se aplicam ao nível do grupo. Os resultados precisam agora ser verificados e investigados mais aprofundadamente noutros estudos; a investigação está em curso”, afirma Christel Nielsen.


 


Uma hipótese que o grupo de pesquisa de Christel Nielsen tinha antes do estudo era que o tamanho da tatuagem afetaria o risco de linfoma. Eles pensaram que uma tatuagem de corpo inteiro poderia estar associada a um risco maior de câncer em comparação com uma pequena borboleta no ombro, por exemplo. Inesperadamente, a área da superfície corporal tatuada acabou não importando. 


 


“Ainda não sabemos por que isso aconteceu. Só podemos especular que uma tatuagem, independentemente do tamanho, desencadeia uma inflamação de baixo grau no corpo, que por sua vez pode desencadear o câncer. O quadro é, portanto, mais complexo do que pensávamos inicialmente.”        


 


A maioria das pessoas faz sua primeira tatuagem ainda jovem, o que significa que você fica exposto à tinta de tatuagem durante grande parte de sua vida. Mesmo assim, a pesquisa apenas arranhou a superfície dos efeitos das tatuagens na saúde a longo prazo. 


 


“Já sabemos que quando a tinta da tatuagem é injetada na pele, o corpo interpreta isso como algo estranho que não deveria estar ali e o sistema imunológico é ativado. Grande parte da tinta é transportada da pele para os gânglios linfáticos onde é depositada”, afirma Christel Nielsen.


 


O grupo de pesquisa avançará agora com estudos para saber se existe alguma associação entre tatuagens e outros tipos de câncer. Eles também querem fazer mais pesquisas sobre outras doenças inflamatórias para ver se há uma ligação com tatuagens.


 


“As pessoas provavelmente vão querer continuar a expressar a sua identidade através de tatuagens e, portanto, é muito importante que nós, como sociedade, possamos garantir que isso seja seguro. Para o indivíduo, é bom saber que as tatuagens podem afetar a sua saúde, e que você deve procurar o seu médico caso apresente sintomas que você acredita que possam estar relacionados à sua tatuagem”, acrescenta Christel Nielsen.


 


As informações são do Estado de Minas.

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