Se a vida imita a arte, como dizem, esta realidade tem sido cada vez mais recorrente entre as famílias
Foto: Érika Lima |
Esta é a época do ano em que a maioria das pessoas fica saudosa, empolgada e cheia de planos para o ano que está prestes a se iniciar. Elas se preparam para confraternizações, troca de presentes, o comércio fica aquecido, os dias parecem não ter horas suficiente para tantas demandas e os preparativos para os comes e bebes unem familiares e amigos em prol de um evento de sucesso. Mas você já parou para pensar que é cada vez mais comum encontrar quem não goste, não se sinta confortável ou tenha verdadeira aversão a estes festejos e não queiram celebrá-los?
Em muitas situações, os que não gostam, ficam tristes, estressados e ansiosos, e se culpam pelo sentimento negativo que nutrem pela época, afinal de contas, é neste período em que se comemora o nascimento de Jesus e esta é a data mais importante para os cristãos. Provavelmente muita gente já assistiu a animação “Grinch”, que conta a história de uma criatura que abominava o Natal e que fazia de tudo para impedir o sucesso da festividade, mas que com o passar da trama, o coração dele é transformado, fazendo com que se renda à magia natalina. Como a vida imita a arte, esta é a realidade de muitas pessoas que, por diversos motivos, não querem celebrar o momento, desencadeando assim o transtorno afetivo chamado popularmente de “Síndrome de Grinch”.
A neuropsicóloga Érika Lima explica de onde pode vir esse sentimento negativo sobre o Natal e fim de ano que provoca a dificuldade em comemorar a data. “Às vezes, pela perda de um ente querido, como o pai ou a mãe, os avós, por lembrar como era quando estava todo mundo participando; por você achar que alguém vai morrer, uma vez que esta época tem muito a ver com fechamento de ciclos; se a pessoa já sofreu algum tipo de violência em casa, não teve uma família estruturada ou viveu algum trauma na infância; tem alguém na família que adora o momento para estragar a festa dos outros, por causa de uma colocação infeliz ou por passar do ponto na bebida. Enfim, a origem pode ser diversa”.
Para que está no grupo dos que amam esta época, ótimo, afinal, inúmeras serão as oportunidades para aproveitar e celebrar cada momento. Mas para os que não gostam, uma simples comemoração se torna uma verdadeira tortura, isso porque muitos preferem abrir mão do que sentem, para não serem tidos como “antissociais”, “chatos” ou, ainda, “individualistas”. Neste contexto, Lima explica que “está tudo bem não gostar ou não querer participar, mas é importante entender o que motiva essa negativa a fim de sanar um possível trauma ou, simplesmente, seguir a vida sem o festejo, e tudo bem”.
Se você não gosta dessas festividades, identificou a origem, tratou as feridas e mesmo assim prefere não comemorar, tudo bem, mas é importante ainda reforçar que suas experiências negativas não anulam as das outras pessoas, especialmente quando se tem filho pequeno. “Quando temos filhos, devemos fazer o possível para que elas vivenciem diversas experiências, a fim de construírem suas próprias histórias. Mesmo você não se sentindo confortável, é importante apoiar e oportunizar essas vivências e não estimular nelas sentimentos negativos”, conclui Érika Lima.
Por: Djeinyelle Marques
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