sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Inadimplência em Pernambuco cresce mais que a média nacional

Média de comprometimento do orçamento familiar com dívidas em Pernambuco é de oito meses (Foto: Marcello Casal/ABr)

A inadimplência em Pernambuco cresceu mais que a média nacional, neste último mês. O recorte especial da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela que 430 mil pernambucanos possuem dívidas com cartão de crédito, financiamentos, carnês, crédito pessoal, entre outros. Na mesma esteira, 184 mil cidadãos do estado estão inadimplentes.

Conforme a Fecomércio-PE, o endividamento é um problema que afeta famílias e tem impacto em sua receita mensal. Ele reduz o poder de compra das famílias, especialmente em relação a produtos não duráveis, como alimentos. Além disso, a inadimplência pode levar a despesas adicionais, como juros, mora e multas, o que pode ampliar ainda mais as dificuldades financeiras, especialmente para consumidores com renda mais baixa.

A entidade destaca que o endividamento excessivo pode levar a um ciclo vicioso de dívidas, no qual as famílias precisam contrair novas dívidas para pagar as antigas. Isso pode levar a um aumento ainda maior das despesas com juros, tornando ainda mais difícil sair da situação de endividamento.

Os tipos de dívidas mais frequentes entre as famílias pernambucanas de menor renda são cartão de crédito (96,3%), seguido por carnês (31,3%) e crédito pessoal (5,3%).

O tempo médio de comprometimento do orçamento familiar com dívidas em Pernambuco é de oito meses, enquanto o tempo médio de contas em atraso é de 63 dias no estado ante 64 dias quando observamos todo o Brasil. Quando os devedores se encontram em situação de inadimplência por muito tempo, confrontam-se com desafios financeiros que reduzem significativamente sua capacidade de gasto, seja em consumo final ou investimentos. Já as empresas podem se deparar com entraves no fluxo de caixa, provocando uma desaceleração econômica.

O economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, destaca que: “No mês de outubro, conforme indicado pela PEIC, ocorreu um aumento de 25,6% no número de pessoas que não terão condições de pagar nos próximos meses. Ao contrastarmos essa porcentagem com a situação dos inadimplentes em todo o Brasil, nota-se que enquanto os níveis de inadimplência em Pernambuco apresentaram um aumento mais forte, a taxa nacional de inadimplente apresentou uma elevação menor em relação ao mesmo período do ano anterior”.

A PEIC considera que o endividamento das famílias  refere-se a contas ou despesas contraídas com cartão de crédito, cheques pré-datados, carnês de lojas, empréstimo pessoal, compra de imóveis, prestações de carros e seguros. Na pesquisa, as estimativas também diferenciam dois grupos de renda: famílias com renda de até 10 salários mínimos e famílias com renda superior a esse patamar.

O objetivo da pesquisa é diagnosticar o nível de endividamento e inadimplência do consumidor. Também são apurados o percentual de inadimplentes, a intenção de pagar dívidas em atraso e o nível de comprometimento da renda.


Por Diario de Pernambuco

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