(Foto: Rafael Vieira/DP) |
Comer fora de casa está pesando mais no bolso, sobretudo ao trabalhador que precisa recorrer, diariamente, a bares e restaurantes. Os dados são apontados na pesquisa +Valor, realizada pela Ticket, em cerca de 4,5 mil estabelecimentos do País. Em Pernambuco, o recorte mostra um salto de 16,9%, assinalado no Recife; enquanto também registra um acréscimo de 15,9% para os demais municípios do estado, ambos considerando os últimos 12 meses.
O preço médio para uma refeição popular, o famoso prato feito (PF), parte da base de R$ 20 e se estende a R$ 31,74. Contudo, se o desejo for por outras modalidades de refeição, o desembolso na hora do almoço pode mais que dobrar. A tarifa do serviço a la carte, por exemplo, registrou R$ 74,51, uma ampliação de 42,3%, quando comparado a 2022.
Na lista também está relacionado o conhecido modelo self-service, com a comida a quilo, presente em estabelecimentos de rua e também em shopping centers, onde há grande concentração de mão de obra. A marca estimada é de R$ 54,12, na Capital, e R$ 48,46 nas demais cidades. Em geral, o levantamento denota que o Nordeste é a região onde o gasto é mais acentuado, com uma curva ascendente de 61,4%, na última década.
O empresário Eduardo Barbosa, 47, no comando de um restaurante no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, revela que a vontade de ofertar valores mais convidativos esbarra na dificuldade para fechar as contas no fim do mês. "Mesmo com o fim da pandemia, continuamos encontrando preços mais caros, no Ceasa e também nos atacados e distribuidores", diz. A percepção também se estende ao Varadouro, em Olinda, onde Luiz Carlos Filho, 51, mantém o negócio da família. "A gente até tenta, mas não consegue deixar de repassar esse peso ao cliente", afirma.
Entre os vilões apontados pelos proprietários está o feijão, arroz e a carne bovina, assim como o gás e os custos fixos com funcionários. Na caderneta também figura o aluguel de imóveis e tarifas de concessionárias, como água e energia elétrica. A vendedora Thayane Souza, 25, diz que não consegue suportar os encargos da alimentação fora de casa."Seria muito mais cômodo, mas não dá pra encaixar no orçamento. A alternativa é preparar e trazer marmita. Acaba sendo mais saudável para o corpo e para o bolso", brinca.
Para Natália Ghiotto, diretora de produtos da Ticket, à frente da pesquisa, é de extrema importância o trabalhador analisar o todo para fazer render o seu benefício de alimentação. "Considerando uma simulação prática, se o valor mensal recebido for de R$ 600, ao optar por uma refeição comercial ele vai conseguir comer durante 17 dias", explica. Segundo ela, o levantamento tem o propósito de incentivar as empresas a se adaptarem às mudanças do mercado, assegurando as necessidades reais de seus funcionários.
MAIS QUE O PREÇO
Pesquisa feita em parceria por Sebrae e Abrasel também apontou que a limpeza e a qualidade no atendimento pesam mais que o preço, na hora de escolher um bar ou restaurante. Conforme o estudo, mesmo com o crescimento dos serviços de delivery, consumidores seguem valorizando o ato de sair de casa para se reunir com amigos e família.
Entre os fatores de destaque, aparece a higiene nas instalações, respondida por 32,4%. Já a cordialidade, educação e conhecimento dos atendentes foram indicados por 17%; enquanto que o bom ambiente do estabelecimento, 12,4%. A pesquisa mostra, ainda, que a maior parte, 93%, opta por consumir refeição e bebidas no próprio local. "Quando se trata de restaurantes e bares, é tudo sobre a experiência" afirma o presidente da Abrasel em Pernambuco, Tony Sousa.
Por: Marcílio Albuquerque DP
Nenhum comentário:
Postar um comentário