quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Bolsonaro diz que está 'jogando pesado' contra a alta dos combustíveis

Foto: Arquivo

O presidente Jair Bolsonaro repetiu que, apesar de não poder interferir na política de preços da Petrobras, tem "jogado pesado" contra a constante alta do preço dos combustíveis. A declaração ocorreu na saída do Palácio da Alvorada, em conversa com apoiadores.

"Petrobras tem problemas? Tem. Ela se aparelhou com legislação para se auto proteger. Igual o preço por paridade internacional, é uma lei, acho que de 2016, se não me engano. Não sei se da (ex-presidente) Dilma (Rousseff) ou do (ex-presidente Michel) Temer. Aumentou lá fora, é automático aqui dentro. Alguns falam que eu posso interferir. Eu sempre respondo civil e criminalmente. Então, nós estamos jogando pesado", alegou.


Bolsonaro voltou a culpar governadores, disse ainda que o "grande vilão" da inflação nos insumos é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e que o mesmo incide na média de 30% sob o preço final do combustível nas bombas.


"O grande vilão, e é verdade, é o ICMS. Você tem que ver o que mais está pesando no preço do combustível. Vocês sabem que o imposto tem que incidir em cima de alguma coisa. Geralmente, incide em cima do produto na fábrica. O combustível, não. Os governadores decidiram incidir no preço final da bomba. Então, quanto mais alto, melhor. E a média é 30%. Então vamos supor, que esteja a R$ 6 o litro. R$ 1,80 é ICMS", alegou.


"Dificilmente você vai ver um prefeito ou governador que esteja no vermelho. Todos estão no azul com recursos repassados para (o combate à) Covid, recursos outros que repassamos para eles", completou.


No dia 1º, em entrevista na Itália, o presidente afirmou que a semana será de "jogo pesado" com a estatal, sem detalhar qual seria a estratégia do governo ao longo dos próximos dias. Ele disse saber, de forma extraoficial, que a empresa fará um novo reajuste nos preços dos combustíveis dentro de 20 dias. "Isso não pode acontecer". Na data, o titular do Planalto voltou a defender a privatização da estatal. 


Por: Correio Braziliense

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