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A nova regra eleitoral aprovada no último dia 2 trouxe algumas novidades que impactarão na montagem de chapas. Antes, o advento da coligação permitia que cada junção de partidos poderia lançar duas vezes a quantidade de vagas em disputa. Em Pernambuco, uma coligação lançava até 50 candidatos a federal e 98 candidatos a estadual, enquanto um único partido poderia lançar 73 candidatos a estadual e 37 candidatos a federal. Respeitando a regra de 30% do sexo feminino, a coligação poderia lançar 35 homens e 15 mulheres pra federal e 69 homens e 29 mulheres para estadual, enquanto o partido poderia lançar 25 homens e 12 mulheres pra federal e 51 homens e 22 mulheres para estadual.
Isso faria com que cada chapa tivesse números significativos de cauda eleitoral e não necessitasse de critérios na hora de formar as chapas. Agora a regra do jogo mudou drasticamente, além da proibição de coligação, com a exceção para a federação, cada partido poderá, no caso de Pernambuco, lançar apenas 26 candidatos a deputado federal e 50 candidatos a deputado estadual, com a mesma exigência de 30% de mulheres na disputa, o que exigirá muito critério na hora da montagem de chapas para não comprometer o êxito do partido na disputa.
Esse novo formato dificultará muito a formação de chapas proporcionais, enxugando de forma significativa o número de candidatos. O efeito prático da disputa é o de que os candidatos com maior potencial de votos ampliem sua votação, enquanto os integrantes da cauda dos partidos terão cada vez menos atratividade para entrar no jogo eleitoral, optando por apoiar candidatos com mais chances de vitória. O que fará com que pouquíssimos partidos tenham representação na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Efeito imediato – A provável filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PP fez com que muitos pré-candidatos bolsonaristas procurassem o partido em Pernambuco para a disputa proporcional. Uma candidata que é disputada por muitos partidos é Clarissa Tércio, que para poder utilizar a imagem do presidente sem riscos de judicialização poderá ter que se filiar ao PP e tentar a reeleição.
Bonito – O prefeito de Bonito, Gustavo Adolfo, foi procurado por emissários do PSB para manter seu apoio a Felipe Carreras que já havia prometido, porém ele não aceitou o apelo do seu partido e decidiu marchar com a candidatura de Clodoaldo Magalhães. A forma como o prefeito teria dito ao interlocutor da sua decisão não foi digna de um integrante socialista, desgastando sua relação com o partido.
Constragimento – O prefeito de Gravatá, Padre Joselito, durante evento institucional em sua cidade, cometeu uma indelicadeza com todos os presentes, inclusive o governador Paulo Câmara, ao comemorar em seu discurso a morte de um adversário político por Covid-19. O vídeo viralizou nas redes sociais e foi bastante criticado pelos presentes no evento e pela própria população da cidade.
Inocente quer saber – Com a chegada de Jair Bolsonaro, a permanência do PP na Frente Popular se torna ainda mais estratégica para o PSB?
Por Edmar Lyra: Coluna da Folha
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