Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR |
“No auge da primeira onda, no ano passado, justamente em maio, Pernambuco contava no máximo e já depois de maio com 1089 vagas de UTI. Agora, a população conta com 1654 leitos, um aumento de mais de 50% em relação ao número de leitos que tivemos em 2020”, disse o secretário.
A afirmação vem num momento em que as ações do estado para frear a transmissão do vírus vem sendo bastante criticada, diante da situação de escassez de leitos no sistema público, que registra ocupação de 97% dos leitos no estado. A situação é mais grave quando analisada regionalmente: em Caruaru, maior cidade do Agreste pernambucano, a ocupação chegou a 100%.
André Longo justificou o cenário afirmando que a alta ocupação se dá devido a uma alta oferta de leitos no estado, que permitiria, em tese, o internamento precoce de pacientes com quadros menos críticos. “Essa grande estrutura de leitos montada em Pernambuco está possibilitando que doentes com quadros bem menos graves tenham acesso a esses leitos especializados de forma antecipada, o que a gente chama de internamento precoce, isso muitas vezes é um divisor de águas para o resultado entre a vida e a morte”.
Esse fato tem tido reflexo na taxa de mortalidade e também tem sido um dos fatores que tem aumentado a nossa taxa de ocupação. Desde o início da pandemia, Pernambuco tem a quarta menor taxa de mortalidade do país, analisando dados de mortalidade de 2020 e 2021, e tem a segunda menor taxa de mortalidade, quando comparamos os estados no ano de 2021, disse o secretário de saúde.
Apesar disso, Longo acrescentou que a situação da ocupação de leitos no Agreste chamou a atenção e, caso persista até o próximo domingo, será possível adotar novas medidas restritivas mais duras para frear a transmissão e aliviar a pressão sobre o sistema de saúde.
UTI pediátrica e neonatal
Nesta semana, o Hospital Barão de Lucena na Zona Oeste do Recife, que é uma unidade de referência em atendimento a bebês e crianças com sintomas respiratórios, enfrentou uma situação de falta de vagas, que teve como resultado uma fila de bebês à espera de leitos.
Diante da repercussão do caso, também nesta quinta-feira o secretário também anunciou a abertura de 30 novos leitos de UTI pediátrica e neonatal (para crianças e bebês) até o mês de junho, já com processo seletivo aberto para a contratação de médicos intensivistas especializados em pediatria e neonatologia para o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP).
“Até o final da próxima semana vamos colocar em operação mais 10 vagas em UTIs pediátricas no IMIP. Serão seis leitos para UTI pediátrica e quatro na UTI neonatal. Estamos no processo de seleção dos intensivistas que vão trabalhar (...) A grande dificuldade que temos encontrado hoje para montar novos leitos de terapia pediátrica tem sido com recursos humanos, mesmo quando se trata de instituições filantrópicas e privadas. Há uma dificuldade [para contratar] médicos intensivistas pediátricos”, detalhou André Longo.
Ainda segundo o secretário, haverá ampliação de leitos destinados a crianças e bebês também no interior do estado em maio e junho. A previsão é que 10 leitos sejam abertos no Hospital Regional de Ouricuri e outros 10 na Maternidade Santa Maria, em Araripina.
Para a população adulta, segundo André Longo, está prevista a abertura de 34 novos leitos, dos quais 10 são de UTI para Covid-19, na Unidade Pernambucana de Atenção Especializada (UPAE) de Goiana, na Zona da Mata Norte.
Informações DP
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